NOTA DA DIRETORIA DO ANDES-SN DE APOIO À OCUPAÇÃO DOS POVOS PANKARARU-PATAXÓ NO VALE DO JEQUITINHONHA (MG).
NOTA DA DIRETORIA DO ANDES-SN DE APOIO À OCUPAÇÃO DOS POVOS PANKARARU-PATAXÓ NO VALE DO JEQUITINHONHA (MG).
NOTA DA DIRETORIA DO ANDES-SN DE APOIO À OCUPAÇÃO DOS POVOS PANKARARU-PATAXÓ NO VALE DO JEQUITINHONHA (MG)
O ANDES-SN manifesta total apoio à ocupação iniciada no dia 29 de julho de 2025 pelos povos Pankararu-Pataxó na Fazenda Cristal, localizada no município de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha (MG). A ação pacífica tem como objetivo impedir a venda da área de 560 hectares para a mineração de lítio e reivindicar a ampliação do território tradicionalmente ocupado por esse povo, em luta desde 2005.
Essa ação é parte da luta histórica dos povos Pankararu-Pataxó que se estabeleceram às margens do rio Jequitinhonha em 2004, vindos da diáspora provocada por invasão de suas terras. A ocupação fortalece as lutas em defesa do território, de suas culturas, do direito à vida e ao trabalho, em defesa da natureza e das águas!
A ocupação denuncia o abandono por parte do Estado e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), que, mesmo diante de um relatório final publicado em 2015, fruto de um Grupo de Trabalho reconhecido oficialmente, e com recurso parlamentar aprovado à época (R$ 1.600.000,00), não efetivou a criação da Reserva Indígena Cinta Vermelha – Jundiba. A omissão da FUNAI resultou na perda dos recursos e no congelamento de um processo que há mais de 12 anos aguarda providências.
Diante disso, os povos Pankararu-Pataxó exigem da FUNAI ações imediatas para garantir a retomada da política de aquisição da área em valores atualizados, assegurando o direito à terra, à sustentabilidade da comunidade e à preservação da vida e da cultura indígena. O ANDES-SN, se soma a esta exigência, o Brasil é terra indígena!
Além da reivindicação por terra, a ocupação também é um ato de resistência frente à ameaça da mineração de lítio, que compromete os recursos hídricos e agrava os impactos socioambientais na região. O território, as águas e os modos de vida indígenas estão sob risco, e sua defesa é inegociável.
Fortalecendo e ecoando essa luta, suas memórias e resistências, bem como as lutas cotidianas protagonizadas por esses povos em defesa da justiça socioambiental e territorial, o Andes-SN reitera seu apoio e sua presença junto das lutas pelas comunidades indígenas!
Brasil é terra indígena!
Não ao marco temporal!
Brasília (DF), 31 de julho de 2025.
Diretoria do ANDES - Sindicato Nacional
