Após greve de três dias, docentes da Uepa devem discutir greve geral do funcionalismo estadual

Publicado em 02 de Setembro de 2025 às 18h03. Atualizado em 02 de Setembro de 2025 às 18h07

Após três dias de greve docente, com participação de vários campi, a categoria da Universidade do Estado do Pará (Uepa) segue firme na construção de ações pelo fim da política de austeridade do governo Helder Barbalho (MDB). De 26 a 28 de agosto, professores e professoras realizaram atos de rua, em frente à reitoria, aulas públicas, debates e, na última quinta-feira (28), participaram de manifestação conjunta, com demais servidoras e servidores, em frente à Casa Civil.

Fotos: Ascom Sinduepa SSind.

Segundo Erivelton Ferreira Sá, 1º secretário da Regional Norte II do ANDES-SN, o ato na sede do governo estadual foi organizado pelo Fórum Estadual de Servidoras e Servidores do Pará. As representações sindicais foram recebidas pelo “terceiro escalão do governo”.  “Não estavam presentes para nos receber nem os secretários da Casa Civil, nem o secretário adjunto [da Casa Civil]. Quem recebeu os sindicatos foi o secretário adjunto da Seplad, Secretaria de Planejamento, junto com o ouvidor adjunto da Casa Civil”, comentou. “Essa é a forma como o governo do estado tem tratado o movimento dos sindicatos estaduais, desconsiderando e desrespeitando os servidores e as suas representações sindicais”, acrescentou.

De acordo com Ferreira Sá, as servidoras e os servidores já esperavam que não haveria nenhuma proposta. “Disseram que ainda estão estudando, ainda estão verificando a possibilidade, não negaram, mas, ao mesmo tempo, não afirmaram nada, nenhuma posição, nenhuma proposta. Então, nós saímos de lá da mesma forma que nós entramos”, lamentou. Segundo o docente, os sindicatos se retiraram da reunião, ao serem informados de que não havia nenhuma proposta a ser apresentada por parte do governo. “A gente não ia ficar batendo na mesma tecla, de explicar a importância do reajuste, do realinhamento salarial, da reposição salarial em relação às perdas inflacionárias”, disse.

O diretor do ANDES-SN contou que, diante da ausência de respostas do governo Barbalho às reivindicações apresentadas, o indicativo é que se construa um processo de mobilização para a greve geral das servidoras e dos servidores estaduais. “Cada sindicato vai consultar as suas bases para aprovar esse processo de greve geral dos servidores estaduais ou, talvez, propor um outro tipo de mobilização”, explicou.

O Sindicato de Docentes da Uepa (Sinduepa Seção Sindical do ANDES-SN) realizará assembleia para avaliar o movimento paredista e organizar as lutas por um Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) digno, por mais investimentos para a universidade e por reajuste salarial.

Greve de 3 dias
A greve de três dias das professoras e dos professores da Uepa teve por objetivo reforçar a luta das técnicas e dos técnicos administrativos, em greve há mais de cem dias, além de intensificar a mobilização por pautas específicas da categoria docente e do funcionalismo estadual.

Uma pauta extensa foi apresentada à reitoria e ao governo do estado. Entre os principais pontos de reivindicação estão a questão do reajuste salarial e a ampliação das funções de dedicação exclusiva (DE) na universidade. Segundo dados do Sinduepa SSind., os salários da categoria estão defasados desde 2006. Para repor a inflação acumulada no período, seria necessário um reajuste de pelo menos 22,43%. Além disso, atualmente, apenas um a cada cinco docentes da Uepa trabalha em regime de DE, o que compromete a qualidade do ensino, pesquisa e extensão.

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