Manifestações em todo o país marcam repúdio à PEC da Blindagem e à anistia a golpistas

Publicado em 22 de Setembro de 2025 às 13h27. Atualizado em 22 de Setembro de 2025 às 14h01

Milhares de pessoas saíram às ruas em diversas cidades do Brasil, nesse domingo (21), para protestar contra a chamada "PEC da Blindagem" e a proposta de anistia às condenadas e aos condenados pela tentativa de golpe que culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília (DF). 

As manifestações, convocadas por movimentos sociais, estudantis, sindicais, populares, partidos de esquerda, centrais sindicais e artistas, ocorreram sob o mote "Congresso Inimigo do Povo" e foram registradas em mais de 33 cidades brasileiras, incluindo todas as 27 capitais, com shows e apresentações musicais. Além de repudiar a PEC e a proposta de anistia, as e os manifestantes exigiram ainda a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, entre outros crimes. 

O ANDES-SN esteve presente nos atos em Brasília e em vários outros estados, reforçando a luta contra os ataques à democracia e aos direitos da classe trabalhadora. Na capital federal, milhares de pessoas se reuniram na Esplanada dos Ministérios, em um dos principais protestos do país.

Em São Paulo, segundo o Monitor do Debate Político, da Universidade de São Paulo (USP), 43 mil pessoas participaram da manifestação na Avenida Paulista. Já no Rio de Janeiro, 42 mil ocuparam a orla de Copacabana.

Na cidade de Salvador (BA), milhares de pessoas se concentraram na Barra. Em Belo Horizonte (MG), uma multidão ocupou a Praça Raul Soares. Outras capitais com atos registrados foram Natal (RN), Fortaleza (CE), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Manaus (AM), Belém (PA), Teresina (PI) e Florianópolis (SC).

Em João Pessoa (PB), as e os manifestantes direcionaram palavras de ordem ao presidente da Câmara, o deputado paraibano Hugo Motta. Brasileiras e brasileiros no exterior também protestaram em cidades como Lisboa (PT), Londres (UK), Paris (FR) e Berlim (DE). 

Motivação
As manifestações foram uma resposta direta a duas recentes decisões da Câmara dos Deputados. Na terça-feira (16), foi aprovada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3 de 2021, apelidada de "PEC da Blindagem" ou "PEC da Bandidagem". A medida, que ainda precisa ser aprovada pelo Senado, torna quase nulos os caminhos para punir judicialmente congressistas, permitindo prisão apenas em flagrante de crimes inafiançáveis e condicionada à autorização da respectiva Casa Legislativa. 

No dia seguinte, quarta-feira (17), foi aprovado o regime de urgência para o Projeto de Lei (PL) 2162/23, de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), que propõe anistiar as envolvidas e os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Com a urgência, o projeto pode ser votado diretamente no Plenário, sem análise das comissões. 

Avaliação
Caroline Lima, 1ª vice-presidenta do Sindicato Nacional, presente no ato em Brasília, destacou a importância da mobilização popular diante dos retrocessos.

“Nós, do ANDES Sindicato Nacional, nunca saímos das lutas e das ruas. Hoje, nessa conjuntura marcada por golpes, por tentativa de anistiar golpistas, estamos em Brasília, e em todo o país, dizendo basta! Basta para o centrão e à extrema direita que querem golpear o nosso povo. A classe trabalhadora não permitirá que a PEC da Blindagem ou a anistia de golpista avance. Fascistas não passarão. Nosso lugar é nas ruas contra a extrema direita. Vamos fazer como a Revolta dos Malês, como a Cabanagem, como Canudos: é a insurgência popular já!”, disse.  

Já Cláudio Mendonça, presidente do ANDES-SN, ressaltou o significado das manifestações em um momento em que o Congresso Nacional ataca os direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores e o serviço público, reforçando a centralidade da mobilização popular. Ele também reforçou a disposição da diretoria nacional do sindicato, que suspendeu sua reunião de trabalho para se somar à construção dos atos.

“Este ato tem um significado fundamental. Enquanto o Congresso, inimigo do povo, aprova medidas que atacam os direitos dos trabalhadores e tenta aprovar a reforma Administrativa, que quer destruir o serviço público, nós, lutadores e lutadoras, estamos mobilizando a categoria. Compreendemos que somente com muita mobilização e luta derrotaremos esse Congresso inimigo do povo. Estamos nas ruas e nas lutas contra o Congresso, com firmeza e convicção de que iremos derrotar a extrema direita. Vamos à luta, sem anistia aos golpistas”, finalizou. 

Com informações de Agência Brasil de Notícias. Fotos: Eline Luz/Imprensa ANDES-SN

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