Nessa quarta-feira (22), a greve das professoras e dos professores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) completou um mês, sem que o governo do estado e a reitoria da instituição tenham apresentado propostas de negociação para quaisquer dos pontos da pauta de reivindicação da categoria.
O movimento paredista foi iniciado em 22 de setembro, cerca de um ano após o governo da Paraíba ter suspendido, de forma unilateral, as negociações com a Associação de Docentes da UEPB – Seção Sindical do ANDES-SN.
O comando de greve solicitou uma reunião com o governador em exercício, Lucas Ribeiro, com o objetivo de tentar ampliar as possibilidades de diálogo e negociação de um acordo para viabilizar o término do movimento, mas até o momento não recebeu resposta.
Mesmo com a realização de duas reuniões da Comissão de Negociação do Comando de Greve da UEPB com os secretários de Planejamento, Gilmar Martins, e de Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior, Cláudio Furtado, não houve qualquer avanço nas negociações.
Os secretários apenas reafirmaram a proposta de um acordo judicial para o pagamento da dívida do retroativo das progressões de carreira, mantendo o deságio de 40%, com uma atualização utilizando como indexador o INPC (descartando a Selic) e parcelamento em 30 meses. A primeira proposta do governo, em 2023, era de 60 meses. A segunda foi de 42 meses e a terceira (ambas em 2024) de 36 meses. Por último, em 7 de outubro deste ano, para 30 meses.
Em carta aberta à sociedade da Paraíba, o Comando de Greve da UEPB reforça que “o ‘jogo de empurra-empurra’ e as narrativas contraditórias entre Governo e reitoria, que se desresponsabilizam pela crise, apenas prolongam a greve, prejudicando a comunidade e a sociedade. Acreditamos que o diálogo sério e o atendimento às demandas permitirão a rápida retomada das atividades. A UEPB, patrimônio do povo paraibano, não pode ser sucateada”. Leia aqui o documento.
Nesta quinta-feira (23), as e os docentes em greve realizaram um ato público na Praça da Bandeira, em Campina Grande. A atividade contou com oferta de serviços de saúde, feirinha de artesanato e mostra de pesquisas, reunindo a comunidade em defesa da universidade pública.
Pauta
As professoras e os professores da UEPB reivindicam o pagamento do retroativo das progressões de carreira, a recomposição do orçamento da universidade, com o cumprimento da Lei de Autonomia (Nº 7643/2004),a realização de novos concursos para professor efetivo, já que a universidade ainda possui um número elevado de docentes temporários (393), a convocação dos selecionados para o cadastro reserva e a instalação de uma mesa de negociação para discutir as perdas salariais de 22,9%, acumuladas nos últimos quatro anos.
Fonte: Aduepb SSind. com edição do ANDES-SN. Foto: Aduepb SSind. - reunião de 7 de outubro