ANDES-SN e Sinasefe denunciam tentativa de invasão de bases pelo Proifes em três estados

Publicado em 18 de Novembro de 2025 às 18h04.

A Proifes voltou a protagonizar episódios de ataques às representações sindicais legítimas. Mesmo sem carta sindical vigente para representar as e os docentes federais — suspensa por decisão judicial —, a entidade investiu em ações para tentar criar novos sindicatos e disputar a representação de bases já organizadas há décadas pelo ANDES-SN e pelo Sinasefe. 

A mais recente ocorreu no mês de outubro, em São Paulo. A federação ilegítima direcionou seus ataques às instituições federais vinculadas ao Ministério da Defesa (MD), base representada há mais de 20 anos pelo Sinasefe, ao tentar criar um sindicato nacional em Pirassununga (SP), que abrangeria docentes civis das academias militares e das instituições de ensino básico, profissional e tecnológico vinculadas ao MD.

A estratégia consistiu em convocar docentes da Academia da Força Aérea (AFA) para um suposto almoço de confraternização em uma casa de festas. O local, porém, estava totalmente cercado e com a entrada controlada por seguranças privados, que impediram o ingresso de docentes dos colégios administrados pelo MD de diversas regiões. 

Assim como em outras ocasiões, ao perceber estar em minoria, a Proifes cancelou a reunião e restringiu a entrada apenas a docentes da AFA. Mesmo assim, as e os docentes presentes, de instituições vinculadas ao MD, decidiram realizar a assembleia e rejeitaram a criação do novo sindicato, frustrando mais uma tentativa de invasão de base já representada.

Neste ano, ainda foram registradas outras duas tentativas na Bahia e no Ceará. A estratégia é estadualizar entidades para, posteriormente, utilizar o princípio da unicidade sindical como justificativa jurídica para bloquear a organização nacional de sindicatos. Estratégia semelhante ocorre em Santa Catarina, via Apufsc; em Goiás, com a ADUFG; e no Rio Grande do Sul, com a ADUFRGS.

No estado do Ceará, no mês de junho, a Proifes convocou uma assembleia para o município de Limoeiro do Norte, com o objetivo de alcançar a base docente do Sinasefe no Instituto Federal do Ceará (IFCE). A reunião ocorreu em um hotel, novamente com seguranças privados, que impediram o acesso de docentes ao local, inclusive com apoio da Polícia Militar do Ceará.

Mesmo apresentando contracheques e comprovando o direito de participar, professoras e professores foram barrados, enquanto representantes ligados à Proifes ingressaram sem necessidade de identificação. A reunião, considerada ilegítima, resultou na criação de uma entidade denominada Adifce, que agora busca reconhecimento jurídico para atuar na representação docente.

Na Bahia, em maio, a Proifes tentou instituir um sindicato estadual com o intuito de retirar a legitimidade das seções sindicais do Sinasefe nos institutos federais da Bahia (IFBA) e Baiano (IFBAIANO), e das seções do ANDES-SN nas universidades federais do Recôncavo da Bahia (UFRB), Sul da Bahia (UFSB) e Oeste da Bahia (Ufob). A Apub/Proifes convocou uma assembleia e contratou segurança privada e, ao perceber que estava em minoria, tentou impedir a continuidade dos trabalhos. Além disso, houve agressões físicas e verbais, inclusive com ataques de cunho misógino e racista. 

Em resposta, as e os docentes decidiram prosseguir com a assembleia e rejeitaram por ampla maioria a proposta de criação do sindicato estadual. A assembleia contou com forte mobilização de docentes dessas instituições e o apoio de professoras e professores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e do campus Malês da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).

Paralelamente às investidas presenciais, a Proifes tem intensificado ataques contra o ANDES-SN e o Sinasefe em suas redes sociais e site. A campanha, baseada em desinformação e discursos hostis, contrasta com a ausência de propostas reais em defesa da educação pública, da carreira docente e das instituições federais.

Em nota conjunta, o ANDES-SN e o Sinasefe reafirmaram que não aceitarão práticas divisionistas, truculentas e baseadas em manipulação midiática.  “Não permitiremos que a manipulação midiática, a desinformação, o divisionismo, a truculência e o discurso de ódio sejam a prática na relação sindical com professoras e professores federais de todo país. Vida longa aos sindicatos classistas, legítimos e verdadeiros representantes da educação pública!”, afirmaram as entidades na nota conjunta.

Acesse aqui a nota completa

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