Marcha Nacional das Mulheres Negras ocupará Brasília na próxima terça-feira (25)

Publicado em 19 de Novembro de 2025 às 16h50. Atualizado em 19 de Novembro de 2025 às 17h04

Na próxima terça-feira, 25 de novembro, mulheres negras de todo o país ocuparão Brasília (DF) na 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, considerada uma das maiores expressões políticas e sociais de enfrentamento ao racismo no Brasil. A concentração está marcada para às 8h30, em frente ao Museu Nacional, próximo à Rodoviária do Plano Piloto, de onde as participantes seguirão em direção ao Congresso Nacional. A primeira edição, realizada em 2015, reuniu mais de 100 mil mulheres negras de todo o país, que marcharam contra o racismo, a violência e pela garantia do bem viver.

Antecipando a Marcha, a capital federal recebe, entre os dias 20 e 26 de novembro, uma ampla programação com debates, oficinas, cinema, entre outros, articulando política, arte, memória e mobilização social. Serão mais de 60 atividades autogestionadas por organizações de 15 estados brasileiros e redes internacionais de mulheres negras, que acontecerão por toda a cidade. A organização contará com estrutura de saúde — incluindo unidades móveis e ambulatórios —, e com apoio da segurança pública. Veja aqui a programação das atividades.

A participação do ANDES-SN foi deliberada no 67º Conad, realizado em julho do ano passado, em Belo Horizonte (MG). Desde então, a diretoria do Sindicato Nacional, por meio do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para as Questões Étnico-Raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), tem colaborado ativamente com os encaminhamentos organizativos, em diálogo com o Fórum Nacional de Mulheres Negras e com o Comitê Impulsionador da Marcha.

Para Caroline Lima, 1ª vice-presidenta do ANDES-SN e integrante da coordenação do GTPCEGDS, participar da Marcha é reafirmar o compromisso histórico do Sindicato Nacional com a luta antirracista, com a denúncia das desigualdades que atravessam a vida das mulheres negras e com a defesa de uma educação pública, gratuita, laica, socialmente referenciada e comprometida com a transformação social. “Estamos construindo, junto com os comitês impulsionadores e com o Fórum, a nossa participação e o apoio necessário para garantir a presença de mais de 50 mil mulheres no próximo dia 25 de novembro. Para nós, do ANDES-SN, essa não é apenas uma marcha por reparação e bem viver. É uma marcha em defesa da vida da população negra e das mulheres negras, e em defesa de uma educação antirracista. É um ato para demarcar, diante da extrema direita, que seguiremos resistindo e barrando toda e qualquer contrarreforma que ataque os nossos direitos”, afirmou.

Caroline Lima destacou ainda que a Marcha marcará o ano de 2025 como um dos momentos mais importantes na defesa da vida das mulheres negras, do povo negro e da resistência coletiva. “Enfrentaremos a lógica deste projeto de segurança pública que vem ceifando a vida de filhos, filhas, companheiros e companheiras. Esse não é o projeto de segurança pública que defendemos. Não queremos mais chacinas em nome de uma suposta guerra às drogas ou ao crime organizado. Nós queremos viver”, ressaltou.

ANDES-SN em luta
A atuação do ANDES-SN nas pautas das mulheres negras tem se aprofundado por meio de iniciativas políticas e campanhas permanentes. Entre elas, destacam-se as datas do calendário de lutas do Sindicato, como 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra; e 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Em 2024, o ANDES-SN lançou a campanha “Sou Docente Antirracista”, com foco no combate ao racismo nas instituições de ensino e na ampliação do debate sobre ações afirmativas, como as políticas de cotas raciais.

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