Mobilização na ALMG reúne mais de 1.300 em defesa da Uemg 

Publicado em 04 de Julho de 2025 às 18h59.

Professoras e professores intensificaram a mobilização em defesa da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg). Na última terça-feira (1), foi realizado um dia de lutas contra os projetos de lei (PL) 3.733/25 e 3.738/25, que visam o fim do patrimônio da universidade, bem como sua privatização. Em assembleia, a categoria docente aprovou o estado permanente de mobilização, com agenda de lutas em conjunto com estudantes, técnicas e técnicos administrativos, até que as propostas sejam definitivamente arquivadas.

Foto: Zé Rocha.

O ato foi convocado pela Associação dos Docentes da Uemg (Aduemg - Seção Sindical do ANDES-SN), que mobilizou a categoria docente com diversas caravanas vindas do interior do estado. Estudantes, técnicas e técnicos administrativos, analistas e apoiadores participaram da manifestação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e de um protesto pelas ruas da capital mineira. 

"O dia 1º de julho marcou a história da Uemg. Houve a primeira audiência pública sobre o projeto de lei 3.738/2025, convocada pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG. A comunidade universitária da Uemg lotou o auditório e a parte externa. Representantes de diversos sindicatos e entidades estudantis estiveram presentes e manifestaram apoio à nossa luta. Os representantes do governo detalharam a falsa proposta de ‘federalização’, que significaria a cessão e/ou requisição das servidoras e servidores para a União, a transferência e/ou venda dos prédios da Uemg e o fim da gestão da universidade. Defendemos o arquivamento imediato dos projetos privatistas. Vamos intensificar nossa jornada de luta em defesa da autonomia universitária da Uemg e avançar na luta por mais investimentos, carreira e valorização salarial", destaca o presidente da Aduemg SSind. ANDES-SN, Túlio Lopes. 

Mais de 1.300 pessoas lotaram o auditório José Alencar da ALMG contra os ataques do governador Zema (Novo) à Uemg. Em seguida, uma manifestação tomou as ruas de Belo Horizonte (MG) com o mote “A Uemg não está à venda”. Além de inconstitucional, os projetos de lei ameaçam a existência da universidade estadual, que hoje garante ensino superior para 22 mil estudantes de graduação e pós-graduação. A Uemg é uma universidade multicampi, com 22 unidades acadêmicas, na capital e no interior. Atualmente conta com cerca de 1.800 professores e professoras e centenas de técnicas e técnicos administrativos.

De acordo com a 2ª tesoureira da Regional Leste do ANDES-SN, Wilma Lucena, apesar dos representantes do governo presentes na audiência insistirem na ideia de “federalização” da Uemg, o momento também foi marcado por falas em defesa da universidade pública e gratuita, da relevância da Uemg para o estado, pelo arquivamento dos PLs 3.733/25 e 3.738/25, pela autonomia financeira e por mais investimentos para a universidade. 

“Essa defesa foi manifestada ao longo da audiência, pela reitoria e diretorias das unidades, por diversos representantes da comunidade acadêmica - sindicatos, movimento estudantil, técnicas e técnicos administrativos -, por deputados da oposição, por representantes de diversos municípios - vice-prefeito e vereadores -, inclusive por deputados da base governo. E isso demonstra o alcance das mobilizações realizadas ao longo do mês de junho”, reforça. 

Ataques do governo Zema à Uemg
A proposta de federalização do governo Zema não é um projeto de valorização. Trata-se de desmonte e privatização. No total, são 14 proposições que preparam o terreno para adesão do Estado ao Programa de Pleno Pagamento da Dívida do Governo Federal (Propag), criado pela Lei Complementar Federal 212/25 e regulamentado pelo Decreto 1.2433/25. O PL 3.733/25 autoriza a transferência de bens imóveis do estado e de suas fundações para o governo federal. Já o PL 3.738/25 trata especificamente da transferência da gestão da Uemg e de todo o seu patrimônio para a União.

Recentemente, a gestão da universidade ainda foi surpreendida com a impossibilidade de novas contratações e/ou renovação de contratos de técnicos administrativos, o que implica na demissão de dezenas de servidores e servidoras que são fundamentais para o bom funcionamento das atividades acadêmicas. 

A comunidade da Uemg segue na luta pela autonomia e pelo fortalecimento da educação em Minas Gerais.

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